O fio se vai rompendo,
Pela magia,
O vulnerável se expressa.
Faminta é a causa,
Que ganha lugar no que se transcende,
No que vai ficando longe,
(In)tocável.
O fio, essa voz que comanda,
No silêncio,
E pela madrugada rasga os véus da (im)possibilidade,
Se estica,
Para se corromper,
No vazio,
Que se encheu de tudo
De tudo o que não pode ser.
São lições que nascem no escuro da noite,
E na luz do dia se impossibilitam nas causas.
Suave é o toque que não toca,
E rasga a sorte,
Levando consigo tudo que não pertence.
Para longe vai,
Para longe caminha,
E a noite sossega a vida,
Pois brotou no vago,
No que não se pode ver.
Flui, pois o tempo que não tem tempo,
Se esgota,
Cai no temor,
E arranca da dor,
O amor,
Que cresceu sem se suster.
São águas que viajam por mim adentro,
Fora de mim também,
Regaram as raízes dos meus pés,
E hoje purificam
Tudo o que não posso ter.
Liberto-me do contido.
Liberto-me do oprimido.
Liberto-me da causa que alimentou minha emoção.
Hoje sussurro para mim mesma:
“não queiras mais isso não”
E assim me desfaço do véu,
E na areia movediça enterro meus pés.
Que leve o que não quis ser,
E o que não é.