Nunca perfeita ! Jamais ! Quem seria eu se dissesse que o sou ?! Humilde demais para achar que rasgo as portas do céu, mas convicta demais, para saber que chão piso. Sei o que coloco em cima da mesa. Sempre. Sincera demais, para colocar o que não me pertence. Pois até na amplitude das minhas imperfeições, a verdade sobre quem sou me acompanha. Tenho pureza no coração, e algum veneno de serpente que ainda me suja os pensamentos – julgamentos, são sombras clandestinas – de coisas as quais ainda não consegui pôr a mão e amassar, e transformar em veneno que se auto-cura. Mas mesmo essas sombras são sinceras – não prejudicam ninguém a não ser a mim mesma !
Não gosto de quem veste máscaras, de quem não tem humildade para saber dizer que dentro do espaço de seus pensamentos, corre um veneno que ainda precisa ser limpo. Gosto de pessoas que se admitem: nas suas fraquezas, nas suas fragilidades, na sua verdade.
Porque a verdade, não é só gritar que somos bons, que somos puros, que temos amor no coração ! A verdade passa por saber dizer que em nós ainda existe sombra, e que todos os dias tentamos trazer a luz para a sombra clandestina que tentamos esconder !
A humildade, e a verdade, caminham de mãos dadas. São luzes que não se podem esconder, quando os rasgos da nossa sombra começam a ser maiores. A verdade sobre nós está no que escondemos ! O que mostramos é sempre a meia verdade. Vá, mostrem-se ! Sejam sinceros, sejam humanos ! Porque humanos têm fraquezas… se têm ! E o nosso ego não pode ser maior ao ponto de achar-mos que somos perfeitos e limpos, e brilhantes demais para estarmos cá. Vá, mostrem o que valem. Eu prefiro conhecer as sombras de alguém, do que só saber sobre a sua luz. As suas sombras me falam sobre seus esforços, sobre as suas lutas, sobre as suas vivências, sobre quem é, e sobre quem quer ser…
Vá, mostrem-se… porque só reconhecendo a sombra, a luz pode passar, e curar.
OM'SATYA 